Li na Revista Piauí deste mês uma matéria escrita pela Fernanda Lima sobre a rotina dela a partir da chegada do João e do Francisco que agora estão com 7 meses.
A seção se chama diário e é escrita pela própria pessoa "pauta" da seção.
Não sei se o texto foi fruto das orientações editoriais da revista ou se ela estava sendo mesmo fiel na reprodução do cotidiano, mas o fato é que Fernanda dá um tom muito prosaico ao texto e ao seu diário, aproximando "qualquer mortal" da celebridade, ainda que, como disse, isso bem pode ser uma estratégia de sedução do leitor. Assim, conta desde de seu despertar às 5h da manhã com o primeiro choro, passando pela transformação da sala da casa em playground, da tarefa dividida com a babá de preparar e dar comida aos guris como ela diz, combinado com as exigências da vida de modelo, de apresentadora e de esposa que até vai ao cinema com o marido esporadicamente.
Sim, ela diz que há vida após o nascimento dos bebês.
Confesso que, guardadas as proporções e diferenças entre nossas vidas, - "ainda que pequenas" -senti um certo alívio ao ler isso. Pensei, pôxa, ela tem dois bebês e está dizendo isso. E então passei a me dar conta que o Pedro, com quase seis meses de idade (dia 19/01 completa meio de vida) vou recuperando bem devagar os espacinhos de individualidade que até então me haviam sido consumidos em atender o gurizinho.
Assim vejo que nem tudo está na lista do "nunca mais" ou "vai demorar bastante".
Por exemplo, neste sábado pude assistir pela primeira vez um filme no dvd, sem interrupções (2h) enquanto o Pedro fazia seu sono da tarde. Com horários dele regularizados, pode-se organizar a vida de maneira a se dar alguns luxos.
Além disso, desde os quatro meses ele já dorme no quarto dele e acorda - às vezes - uma vez por noite. Outras noites, nem acorda. Por isso, já tenho noites em que me sinto uma rainha no que diz respeito à qualidade do sono.
Como voltei a trabalhar, o Pedro já come outras coisinhas conforme contei aqui - frutas esmagadas, sopa, caldo de feijão e gelatina - por isso posso sair tranqüila sem a neurose de voltar correndo porque tenho que dar mamar. Isso faz toda a diferença. Adoro dar mamar, é preciso deixar claro, mas quando a alimentação deles depende exclusivamente de nossa presença e disposição física, torna-se uma maratona.
Também preciso dizer que o fato do Pedro ser um bebê tri querido ajuda bastante. Como ele é muito grande, nunca o embalei por longos períodos para dormir. Forçosamente ele se acostumou a mamar, pegar no sono durante a mamada e na seqüência coloco ele na cama. Se acordar nesse ínterim, deixo que pegue no sono sozinho, sem ter culpas, pensando que, se está alimentado e limpo e com sono as coisas acontecem naturalmente. E assim tem funcionado.
Em algumas ocasiões ligo o cd de músicas para fazer bebês dormirem e daí é beleza.
Outro avanço diz respeito às saídas com ele. Já começamos a levá-lo junto em restaurantes e jantas na casa de amigos. Isso faz com que ele se acostume aos poucos a dormir em meio ao barulho se necessário e também a conviver com pessoas diferentes sem muito estranhamento.
Enfim, ainda sonho, é verdade, com ser dona dos meus horários totalmente, com mais horas de sono e descanso, com a possibilidade de frequentar o cinema novamente, etc... E sei que isso ainda vai demorar, mas pelo menos também sei agora que isso é possível.
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