terça-feira, 19 de agosto de 2008

Mesversário




O Pedro está de "mesversário" hoje. Sim, ele já completou um mês de vida. Incrível.

Comemoramos os três (eu, ele e o pai dele) hoje de manhã, embora, claro, ele mal soubesse o que se passava. Mas demos os parabéns e tudo.
Na seqüência, o dia foi especial porque teve a terceira visita ao pediatra. Fomos então verificar o desempenho do nosso pimpolho nesse primeiro mês. E qual foi nossa surpresa (ou não) ao ver o médico anunciar que Pedro tem o peso a altura de um bebê de três meses. Você não leu errado. É isso mesmo: TRÊS MESES.

De fato, já havíamos percebido que o guri cresceu bastante, da mesma maneira que percebemos que aumentou de peso. Nossos olhos e braços deixavam isso claro. O que nos surpreendeu é o quanto essas medidas estão além da idade do guri.

Agora entendo a preocupação do pediatra com a amamentação. Não é exagero nem precaução em demasia. Se eu não me alimentar muito e descansar bastante e tomar muito líquido facilmente não conseguirei atender a demanda do Pedro que é um super bebê. Ele será um menino muito alto tanto pela genética de seus pais, quanto pelo fato de estar sendo bem amamentado. Mas para isso haja fôlego.

Começo a entender seu comportamento ainda mais agora. Ele chora com uma certa freqüência e eu não conseguia sacar a razão da insatisfação, o que por vezes me fez sentir inábil no trato com ele. No entanto, compreendo agora que é fome mesmo, ainda que seja difícil acreditar especialmente quando isso acontece minutos depois de uma mamada. O fato é que ele dispende muito esforço para mamar e precisa descansar em seguida sem ter efetivamente se satisfeito. Ou seja, ele precisa descansar antes de encher a barriga. Aí quando retomar as forças já está com fome de novo. Por isso, passo o dia, literalmente, dando de mamar.
O resultado é que ele é um bebê muito saudável. E isso compensa todos os esforços.

Bem, para comemorar o mesversário, deixo mais umas fotinhos do garoto que por ora foi apelidado de "chokito" por seu pai por conta das espinhas infantis que tem no rosto. Segundo o pediatra, são espinhas produzidas pelo roçar do seio na pele dele. Mas têm data para irem embora apesar de achar muito tempo. Até o terceiro mês a pele deve voltar a ser uma beleza como antes.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Superações

Gente:
É incrível a capacidade do ser humano de se superar continuamente, desde que queira e/ou precise. Ou as duas coisas.
Desde o nascimento do Pedro, estamos - eu e ele - nessa tarefa intensa de nos conhecer e reconhecer, entendendo nossas reações, humores, horários, manhas, falas, às vezes compreendidas, outras vezes não.
Ou seja, busco entender verdadeiramente o que está rolando. Se o choro é só prá fazer um charminho, se é valendo, se é só fome, ou sono, enfim. E para tanto, o método mais acertado é o de tentativa e erro.
Vai se experimentando de tudo até acertar enquanto a gente ainda não se conhece completamente. E nesse ritmo vamos consolidando algumas novas rotinas para organizar nossas vidas. Eu em função das demandas dele, e ele em função de suas próprias necessidades advindas do duro trabalho que tem em "organizar" em sua cabecinha este mundo rigorosamente todo novo. É um trabalho hercúleo que ele tem buscado desempenhar com muito afinco. Com 25 dias de vida, além de dormir, comer e eliminar "as sujeiras", ele já observa o mundo ao seu redor. Já fixa o olhar para a luz, às vezes para mim e às vezes é só mesmo um olhar absorto buscando inspiração e uma certa força para "fazer número dois" nas fraldas recém trocadas.
(Sim, há sem dúvida um prazer imenso de sujá-las imediatamente após sua troca. O que me pergunto é se meu filho gosta mesmo é de não ficar de fralda limpa. Isso é que é estranho.)
Já eu, em termos de superação, posso dizer que descobri qualidades e/ou habilidades desconhecidas. A paciência por exemplo. É fundamental. Especialmente quando as coisas não saem conforme o planejado e isso acontece às 4 da manhã.
Ele chora. Eu já sei que quer mamar. Pego ele do berço. Providencio a "liberação" das roupas para que ele alcance o seio (e da maneira mais rápida possível para que o mundo não venha abaixo). Amamento pacientemente enquanto quase caio de sono recostada na cama e o observo como um paxá a degustar o manjar sem pressa. Depois, seguem os intermináveis 10 minutos necessários para a "digesta". Sim, são só 10 minutos, mas eu estou falando desse tempo medido na madrugada enquanto você tenta driblar a areia dos olhos. Experimente e depois falamos.
Na seqüência, ainda não acabou. O guri tá roncando, cansado do exaustivo trabalho de mamar. Mas ainda é preciso trocar as fraldas. Vamos lá. Sem acender muitas luzes para não despertá-lo totalmente, retiro as roupas da barriga para baixo. Ok. só sujou as fraldas. Beleza. Faço a troca. Limpo. Bêbada de sono. Coloco muita hipoglós como recomendou o acionista da fábrica de pomadas, o pediatra dele, e quando me preparo para fechar a fralda e cumprir esta etapa, o guri resolve fazer xixi e molha toda a roupa. Sim, meninos fazem xixi e o fazem desenhando um arco no ar de maneira a se molhar completamente.
Reinicio o processo novamente, agora com troca de toda a roupa. Da cabeça aos pés. E desta vez o trabalho vem acrescido ainda ao choro dele, claro, que acha um saco colocar várias mangas de roupas, colocar meia calça, meia, mais tip top e etc e etc.
Olho no relógio: 5h. Bom agora limpo é fazê-lo dormir. Uma balançadinha e o guri volta ao estado de embriguez de sono. Ok. Quando me preparo para colocá-lo no berço, recuperando minha esperança de dormir algumas horas até o início da manhã, ele abre os olhinhos exatamente no momento que se encontra com seu travesseiro e sente seu corpo sendo colocado na caminha. Resultado: mais um chorinho para ser acalentado pela mãezinha que sabe que precisa mesmo padecer no paraíso para conquistar esse posto dignamente. Tentando não perder a paciência, (mas tentando mesmo!) retomo ele nos braços e volto à balançada. Para tanto, é importante dizer que para operacionalizar tudo isso, durante a madrugada, na penumbra e sozinha, também é parte da superação a capacidade que desenvolvemos de fazer coisas com um braço só, com a boca, com o pé, enfim para poder dar conta do guri que ocupa o outro braço, a outra perna e nossa imaginação e afinação sonora para embalá-lo e e fazê-lo dormir.
Sinceramente, não achei que soubesse ou pudesse fazer isso. Mas tenho feito. E modéstia parte, bem feito. Sem perder a paciência. Pelo menos por enquanto...
P.S.: Algumas atividades são feitas sozinha, preciso ser honesta, porque tenho procurado poupar um pouco o pai dele que precisa trabalhar no outro dia. Mas das duas trocas da noite, uma pelo menos é sempre feita pelo Dê que compartilha comigo "as superações".

sábado, 2 de agosto de 2008

Amamentando

Pedro deu o ar da graça neste mundo deixando bem claro que gosta de comer e dormir (em seqüência) e desde então sou pra ele exatamente isso: um seio ambulante. Uma idéia reforçada pela herança instintiva dos bebês que entendem a mãe como uma extensão de seus próprios corpos e que só será desfeita na medida da intervenção e presença do pai. Mas até que aconteça "esse corte" simbólico, o Pedro me enxerga, além de um vulto bem mal definido, como sua fonte de alimento, calor e aconchego na forma de um seio que ele ainda pensa que faz parte dele.

A minha fala não tem tom de reclamação antes que possa parecer. Muito antes pelo contrário. Amamentar é muito gratificante. E ser vigiada por aqueles olhinhos que te miram enquanto sugam e sugam, então, é de derrubar qualquer mãe.

O que acontece com o Pedro no entanto é que, como já expliquei aqui, o fato de ele ser GIG faz com que toda a amamentação seja quase insuficiente. Ele precisa mamar muitas vezes. Prá objetivar: ele mama sempre que não está dormindo.

Fico impressionada com a digestao rápida desse guri. Mama e dali a alguns minutos está chorando para mamar de novo. Não pode ser fome, penso eu, em minha inexperiência. E faço o teste que o pediatra recomendou: coloco o dedo na boca dele. Se chupar meu dedo é indicativo que está com fome. E assim descubro que ele está sempre afim.

Tenho muitas razões para render graças ao céus por amamentá-lo. Primeiro por ter leite e bastante e de qualidade haja visto o crescimento e aumento de peso do guri em pouco tempo. Depois, minha recuperação tem sido muito rápida. O útero se contrai e volta ao seu lugar depois de toda a expansão muito mais rápido por causa da amamentação que serve de estímulo. Além disso, estou bem elegante e ainda posso e devo comer muito bem para produzir bastante leite. E de quebra Pedro está protegido de uma série de doenças e males por conta das defesas garantidas pelo leite materno.

O que me pergunto é como se dá o reconhecimento dessa separação para ele. O seio que não faz parte de seu corpo. Pertence a outro corpo e portante a outra vontade. Dizem os psicanalistas que esta é a primeira e uma das desilusões mais difíceis de superar. E que marca nossa vida. Bem, a verdade é que viver depende da nossa habilidade em gerenciar as desilusões. Por isso, assim como nessa e em muitas inevitáveis desilusões que virão espero, mais que tudo, ajudar o Pedro a desenvolver a competência para gerenciá-las tomando esse como um compromisso que faz parte do perfil de boa mãe.