terça-feira, 29 de julho de 2008

10 dias

Pedro tem dez dias de vida. E hoje foi à primeira consulta no pediatra. As notícias foram bem boas. Ele já aumentou de peso mais que o dobro do esperado para o período, bem como cresceu em dez dias o que geralmente os bebês levam um mês.
O pediatra também disse que o umbigo está uma beleza.
E nos tranquilizou: os choros do guri por mais freqüentes que sejam, não são de mal algum a não ser de fome. É isso mesmo. Posso dar de mamar o tempo inteiro ao Pedro e sempre será insuficiente dado o fato de ele ser um bebê GIG - gigante para idade gestacional. Ou seja, preciso me alimentar bastante (difícil, hein!), descansar mais ainda ( mais um desafio), tomar muito líquido para poder manter a produção de leite que já considerável e cumprir com a demanda necessária aquele corpinho para que se desenvolva saudável e não passe fome.
Nesse tempo da chegada dele aliás, o que mais faço é amamentar. Por sorte tenho bastante leite. Mas os bebês precisam de tempo para mamar. Mamam e como isso lhes exige grande esforço, dormem na seqüência, em seguida acordam e continuam mamando.
O corpinho é 90% água e por isso sentem muito frio. Assim, mamam, mamam e também mamam.
Olho para ele agora e já vejo as mudanças de peso e altura em relação ao nascimento. E fico maravilhada. Boba mesmo. Depois da visita ao pediatra então tenho a sensação de estar fazendo bem feito diante dos resultados dos esforços.
E fico a contemplar o serzinho. Lindo, cheiroso, gostoso de tocar.
E não sou nada mais nada menos que a mãe dele. Por todo meu orgulho de ele ser meu filho e ser tão tudo isso preciso fazer alguns agradecimentos a quem me ajuda na tarefa.
Primeiro aos médicos. O doutor Carlos com sua seriedade e comprometimento contribui decisivamente para que eu tivesse uma gravidez tranqüila e saudável. E no momento do parto não foi diferente.
Ao anestesista, doutor Marcelo que me fez companhia durante o processo também garantindo a calma necessária.
E a partir de agora, ao pediatra Jorge Bertão que tem nos ajudado nessa tarefa de tornar este garoto um "homem".
Além deles, e mais que importante que todos, o meu agradecimento vai ao super mega pai. Companheiro de tempo integral - "full time" - o Dê divide rigorosamente tudo comigo e só não amamenta por questões anatômicas e fisiológicas. E o mais legal de tudo é que faz por puro prazer. É isso mesmo. Ele gosta e muito e de trocar fraldas, de dar banho, de colocar para dormir.
Vejo ele fazendo essas coisas todas e penso que assim a maternidade tem outro gosto. Transforma-se numa experiência doce e prazerosa porque rimos juntos quando o Pedro faz xixi durante a troca de fraldas, quando esquecemos a toalha ao dar banho no piá, quando flagramos ele sorrindo enquanto dorme, enfim. O que o Dê sabe e que talvez muitos pais não saibam é que são eles próprios que mais perdem ao não participar efetivamente dessas tarefas. Perdem momentos ricos e inesquecíveis e que sobretudo passam muito rápido para que sejam desperdiçados.

sábado, 26 de julho de 2008

Pedro chegou

Enfim, depois de uma semana da chegada do Pedro ao mundo consegui um tempinho para atualizar o blog.

Não preciso me gastar em explicações sobre o que foi o parto. A culminância de um processo iniciado há 9 meses com muito sucesso. Pedro é lindo, saudável e muito querido. Me faz, do alto de meu ceticismo, me acreditar tocada por Deus ou qualquer forma de transcendência.

Tudo o que se pode dizer sobre ser mãe pode ser incrivelmente piegas, ainda que verdadeiro e especial.

Fiz uma cesareana graças ao fato de que alcancei a 40ª semana de gestação sem nenhum sinal de trabalho de parto. Segundo meu obstreta, nem induzir o trabalho de parto seria possível.

Diante de tal situação e do fato dele (0 médico) acreditar que sempre é melhor que o bebê nasça até a 4oª semana e que não se espere pela 42ª, acertamos a vinda de Pedro em data e local definido: às 7h30m de sábado 19 de julho (o dead line) no Hospital Ana Nery.



Para mim, em 37 anos de vida, hospital sempre significou um espaço - seja de trabalho ou de tratamento - para "os outros", ou seja, algo muito distante da minha experiência diária. Assim, imaginem o que significou passar a noite de sexta para sábado elaborando minha ida ao hospital bem como os procedimentos todos, o parto e todos os "serás" todos que iam acompanhando esse desenho que fui fazendo da aventura que estava por vir.

O fato é que o parto transcorreu de forma bem menos complicada do que eu imaginava. E foi muito emocionante, porque a anestesia da cintura para baixo permite que a mãe "acompanhe" pelo menos em parte o transcorrer do nascimento. No meu caso, fui brindada por uma feliz supresa quando o anestesista, que ficou ao meu lado o tempo todo, me disse: "quer ver nascer"? e sem que eu pudesse responder qualquer coisa, levantou a cortina que me separava do trabalho dos médicos. Foi então que, num misto de várias e intensas emoções, vi o exato momento da chegada de Pedro. Vi o guri saindo da minha barriga. Uma cena que certamente ficará na minha retina para sempre.

Eu e o Dê, que acompanhou tudo, emudecemos e só conseguimos chorar.

Pedro nasceu com 3.770kg e 53 cm. Um bebê muito comprido. De fato, se tivesse possível optar por um parto normal certamente sofreria um bocado por conta de seu tamanho.

Algumas horas depois da cesareana, na sala de recuperação, Pedro me foi colocado para mamar e demorou algo como uns três segundos para "descobrir" o caminho da felicidade. Foi lindo ver e de alguma maneira "me ver" naquela ânsia dele por comida e na sua fome de vida de recém chegado.

Na segunda de manhã, dois depois do nascimento, tivemos alta. E em casa um novo capítulo dessa história linda começou a se construir.

Deixo como de costume algumas fotinhos desse momento mágico. E vejam com seus próprios olhos o que poderia ser entendido apenas como corujice.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

O parto



Gente:

Então é isso. O dead-line do Pedro tá aí. É amanhã, sábado, dia 19 de julho. Não tenho contrações, nem dilatação e apesar de ele estar de cabeça para baixo, o rostinho está para cima. Significa que ele não está totalmente encaixado na posição certa para o nascimento. Sendo assim, decidimos (papai, mamãe e o médico) pela marcação de uma cesárea para amanhã.


É impossível não ficar minimamente ansiosa, afinal não é todos os dias que dou a luz. Soma-se o fato de que nunca, mas nunquinha mesmo me internei num hospital. Todas as rotinas e procedimentos serão absolutamente novos para mim. Na verdade, nunca gostei muito desses lugares que lidam muito mais com situações delicadas do que com felicidades. As felicidades são provenientes justamente dos partos.

Além disso, não é pouca mudança na minha vida. Um filho. Enfim vou poder vê-lo, tocá-lo, senti-lo, ouvi-lo chorar certamente, e se tudo der certo amamentá-lo, ainda que talvez demore um pouquinho.

Deixo para vocês algumas fotos feitas na semana passada com meu barrigão de nove meses.



E me desejem boa sorte.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

"Pede para sair"

Estávamos acertando, eu e o pai do Pedro, que íamos dar uma dura nele esta semana. Chamá-lo prá realidade e dizer que já tava na hora de aparecer. Nossa conversar ia ser na base do "pede para sair, guri".
Tudo por conta da ansiedade de vê-lo, cheirá-lo, tocá-lo, contemplá-lo, enfim, aprimorar essa relação entre nós. Nos conhecemos já um pouco, mas queremos naturalmente muito mais. E logo.
Disse que ia ser assim, mas acabou não sendo porque, talvez por mais sorte que juízo, fiquei muitooooooooooooooooo gripada, de cama mesmo, e aí foi bom que ele ainda não tivesse chegado.

Na verdade, ainda estou gripada, só que agora com esperanças de sobrevida. Tem sido uma gripe tão forte que, nos primeiros dias, não sabia bem ao que atender, se à tosse que me custa muitíssimo, afinal mexe também com a super barriga, ao nariz entupido que provoca falta de ar especialmente à noite, às dores no corpo, à falta de ânimo, enfim. Uma experiência bastante adversa num momento em que não posso tomar praticamente nenhum medicamento por causa da gravidez.
Bem, mas hoje já estou tossindo bem menos, estou mais disposta, sem dores no corpo e o nariz já não atrapalha tanto. Por isso, vamos voltar à carga com o Pedro. Esperamos por ele até a semana que vem, quando de fato se completam as 40 semanas. Na verdade o guri está de olho no calendário. Nós é que estamos ansiosos.

Fiz fotos em estúdio do barrigão e assim que tiverem prontas coloco no site.