terça-feira, 18 de março de 2008

A primeira vez





A partir do momento que você sabe que está grávida a maior parte desse novo estado ou dessa nova condição diz respeito a um imaginário que começa a ser construído na cabeça da gente. Há uma "sementinha" medindo milímetros na nossa barriga e as únicas pistas concretas que nos fazem acreditar que isto é verdadeiro, que o bebê está lá, é o exame, claro, as palavras do médico e a ecografia quando o coração daquele ser milimétrico bate como de um adulto que acabou de voltar de uma maratona.

Mas ainda assim, a gente o conhece através da mediação de um aparelho e por isso a idéia de que há um bebê crescendo dentro de nossa barriga está centrada na força de nossa imaginação.

E é uma sensação que dura um bom tempo. Pelo menos para mim que, afora os enjôos dos primeiros meses, só fiz "a ficha começar a cair" quando a barriga começou de fato começou a crescer e os seios a inchar.

Mesmo assim a gente olha para essas transformações tentando entender quais as formas e maneiras pelas quais isso vai acontecendo. "Quando foi mesmo que acordei desse tamanho"?

Durante este estágio a idéia que permanece é de que na frente do espelho há alguém num corpo em mudanças observadas curiosamente por quem se vê refletida. E o bebê continua sendo um exercício contínuo de imaginar. Até que a mágica se opera. E isso acontece a partir do quarto mês de gestação.

Comigo aconteceu muito ao acaso. Diferente de muitas mães, que sei, ficam esperando ansiosamente seus bebês estabecerem a primeira comunicação, no meu caso, eu estava lá deitada descansando, em frente à Tv, pensando em como os roteiros de telenovelas se repetem e, em como, mesmo assim, a gente sempre olha o mesmo enredo e... de repente senti a primeira vez. Deu-se um intervalo curto e de novo aconteceu aquela "tremedinha" bem ao estilo de um peixinho numa nadada rápida.

Não dá para fugir dos sentimentos mais típicos e até piegas desses momentos. Tive vontade de chorar. O bebê passou enfim de uma abstração. Tem materialidade. Se mexe!!!!!!! Pedro ou Antônia está ali me convocando a pousar minha atenção.

E tem sido assim desde então. O mais maluco é que, por enquanto, neste estágio da gravidez essas sensações são exclusivamente minhas. Só eu as sinto. E aproveito deliciosamente esses momentos furtivos com o bebê, como alguém que quer só prá si o gosto mágico de não ser descoberto.

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A foto do primeiro post é antiga. Agora já entrei para o quinto mês de gestação. E bebê se mexe muito e várias vezes ao dia. Deixo então fotos novas desse momento.

2 comentários:

Demétrio de Azeredo Soster disse...

Na condição de pai de Pedro, ou Antônia, digo a quem interessar possa: o guri, ou guria, já vem ao mundo com muita sorte, basicamente porque é filho da mãe mais linda do mundo. Com quem eu tenho a graça de poder compartilhar cada um destes momentos sublimes que se traduzem na forma de sua gravidez.

Rodrigo Nascimento disse...

AMO VOCÊS DOIS!!! Desejo tudo de bom para os pais do Pedro ou da Antônia...
Muito amor, saúde e sucesso! Vou colocar teu blog nos meus favoritos!

bjz