sábado, 2 de agosto de 2008

Amamentando

Pedro deu o ar da graça neste mundo deixando bem claro que gosta de comer e dormir (em seqüência) e desde então sou pra ele exatamente isso: um seio ambulante. Uma idéia reforçada pela herança instintiva dos bebês que entendem a mãe como uma extensão de seus próprios corpos e que só será desfeita na medida da intervenção e presença do pai. Mas até que aconteça "esse corte" simbólico, o Pedro me enxerga, além de um vulto bem mal definido, como sua fonte de alimento, calor e aconchego na forma de um seio que ele ainda pensa que faz parte dele.

A minha fala não tem tom de reclamação antes que possa parecer. Muito antes pelo contrário. Amamentar é muito gratificante. E ser vigiada por aqueles olhinhos que te miram enquanto sugam e sugam, então, é de derrubar qualquer mãe.

O que acontece com o Pedro no entanto é que, como já expliquei aqui, o fato de ele ser GIG faz com que toda a amamentação seja quase insuficiente. Ele precisa mamar muitas vezes. Prá objetivar: ele mama sempre que não está dormindo.

Fico impressionada com a digestao rápida desse guri. Mama e dali a alguns minutos está chorando para mamar de novo. Não pode ser fome, penso eu, em minha inexperiência. E faço o teste que o pediatra recomendou: coloco o dedo na boca dele. Se chupar meu dedo é indicativo que está com fome. E assim descubro que ele está sempre afim.

Tenho muitas razões para render graças ao céus por amamentá-lo. Primeiro por ter leite e bastante e de qualidade haja visto o crescimento e aumento de peso do guri em pouco tempo. Depois, minha recuperação tem sido muito rápida. O útero se contrai e volta ao seu lugar depois de toda a expansão muito mais rápido por causa da amamentação que serve de estímulo. Além disso, estou bem elegante e ainda posso e devo comer muito bem para produzir bastante leite. E de quebra Pedro está protegido de uma série de doenças e males por conta das defesas garantidas pelo leite materno.

O que me pergunto é como se dá o reconhecimento dessa separação para ele. O seio que não faz parte de seu corpo. Pertence a outro corpo e portante a outra vontade. Dizem os psicanalistas que esta é a primeira e uma das desilusões mais difíceis de superar. E que marca nossa vida. Bem, a verdade é que viver depende da nossa habilidade em gerenciar as desilusões. Por isso, assim como nessa e em muitas inevitáveis desilusões que virão espero, mais que tudo, ajudar o Pedro a desenvolver a competência para gerenciá-las tomando esse como um compromisso que faz parte do perfil de boa mãe.

2 comentários:

Aline disse...

Nossa o Pedrão (cá entre nós pessoal, o gurizinho é um gurizão) é lindo e ver e ler tdo o q essa mamãe escreve é lindo.
Parabéns a família e Pedro bem vindo!

Anônimo disse...

Fabi, estou acompanhando tudo aqui pelo blog! O Pedro já é um gurizão! Parabéns e tudo de bom para a família de vocês! Beijos